O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira, dia 9, as regras para o uso da nova vacina contra a dengue. Esse é o primeiro imunizante de dose única produzido totalmente no Brasil pelo Instituto Butantan.
As primeiras 1,3 milhão de doses serão usadas para vacinar profissionais da Atenção Primária, como equipes das Unidades Básicas de Saúde e agentes que fazem visitas nas casas. A previsão é que esse primeiro lote esteja disponível até o fim de janeiro de 2026.
A ideia é proteger primeiro quem tem contato direto com os primeiros casos de dengue.
Com o aumento da produção, o plano é ampliar a vacinação para toda a população, começando pelos adultos de 59 anos e seguindo até pessoas de 15 anos.
A produção em grande escala será possível graças a uma parceria entre o Butantan e a empresa chinesa WuXi Vaccines, responsável por parte da fabricação e pela transferência de tecnologia.
A escolha do público inicial levou em conta critérios técnicos e a situação da dengue no país.
Botucatu será área de estudo
Parte das doses será usada em Botucatu (SP), onde a vacinação será feita de forma mais rápida em pessoas de 15 a 59 anos. A cidade servirá como um “laboratório” para medir o impacto da imunização em massa no controle da doença. Espera-se que, com a participação de 40% a 50% da população, já seja possível observar bons resultados.
Outros municípios que têm muitos casos do sorotipo DENV-3 — ligado ao aumento de casos em 2024 — também podem ser incluídos na estratégia.
Eficácia
A vacina do Butantan mostrou 74,7% de eficácia contra casos sintomáticos e 89% contra casos graves. Os dados foram apresentados à Anvisa, que aprovou o imunizante na segunda-feira (8).
O SUS já oferece outra vacina contra dengue, de um laboratório japonês, aplicada em duas doses e destinada a adolescentes de 10 a 14 anos. Desde 2024, mais de 7,4 milhões de doses dessa vacina já foram aplicadas. Para 2026, estão garantidas 9 milhões de doses, com mais 9 milhões previstas para 2027.
Informações: G1